O que acontece na indústria dos jogos ultimamente?

 O que Cyberpunk 2077, The Day Before, Concord, Cities: Skylines 2 e Life By You nos mostra?

Imagem da capa dos jogos Concord, Cities Skylines II e do Life By You lado a lado.

Eu amo jogar, se eu pudesse trabalhar jogando videogame todos os dias, eu o faria sem pestanejar, mas está se percebendo uma grande parcela de jogos sendo cancelados ou até mesmo sendo retirados logo após o seu lançamento por não agradar o público, tendo apenas um jogo que sobreviveu a todo esse caos, mesmo esses títulos pertencendo a empresas grandes, e isso traz muitos questionamentos.

Que as empresas em geral apenas visam o dinheiro é mais claro que a água, mas quando que as empresas decidiram que podem lançar qualquer porcaria bugada para o público? E porque eles acham que isso seria uma boa ideia e que todos iriam aceitar? Vamos contar alguns casos?

O errado que deu certo!

Quem lembra de Cyberpunk 2077? Esse jogo deu o que falar na época de seu lançamento. Ele foi lançado no final de 2020 pela CD Projekt Red e estava prometendo muito, pois tinha a participação de Keanu Reeves como Johnny Silverhand e tivemos um personagem chamado Ozob, criado pelo Azaghal do Jovem Nerd que era um personagem vestido de palhaço, nascido no Brasil, criado por ele em um jogo de RPG que foi trazido a vida no título.

O jogo aparentemente havia sido anunciado muito tempo antes de seu lançamento, e quando finalmente foi lançado, o jogo estava cheio de bugs e com problemas de renderização, ele trouxe alguns problemas de jogabilidade, que incomodaram muitos de seus jogadores, alguns pediram reembolso por causa disso.

Na época, a CD Projekt Red correu com os patchs de atualizações, eles lançaram várias atualizações do jogo com correções de bugs e até 2022, eles ainda estavam corrigindo vários bugs imensos que foram listados no site oficial do jogo.

Tecmundo lançou uma notícia em 2022 falando que a CD Projekt Red culpou a Quantic Labs, a empresa responsável pelo controle de qualidade do jogo, porque eles não teriam reportado os bugs que eram mais importantes do Cyberpunk 2077 e que um canal no Youtube chamado Upper Echelon Games falou que havia um pouco de verdade nesse argumento, afinal, ele estava cobrindo o jogo desde o lançamento e falou que recebeu um documento de um suposto denunciante da empresa do controle de qualidade falando que eles haviam mentido para a empresa de Cyberpunk 2077.

O “denunciante” chegou a falar que a empresa teria exagerado no tamanho do time que trabalharia em Cyberpunk 2077 para manter contato, também alegaram que o time tinha funcionários sênior, mas que na realidade, a maioria eram funcionários júnior que tinham menos de seis meses de experiência trabalhando com controle de qualidade, e que, inclusive, eles haviam criado um sistema de cotas de bugs reportados, isso teria feito os funcionários se empenharem mais em encontrar pequenos bugs que tivessem consertos rápidos do que em bugs maiores e considerados mais importantes. O canal do Youtube aparentemente falou que o “denunciante” tinha como provar que ele era funcionário da empresa, mas que ele não tinha como provar as acusações que estava fazendo.

Porém, com esse vídeo se tornando viral na época, uma conta no X, que ainda era Twitter, afirmou que conversou com os funcionários da CD Projekt Red e eles haviam falado que o ocorrido não tinha nada a ver com a Quantic Labs.

“Como um dos desenvolvedores me disse: “…nós sabíamos sobre os bugs que as pessoas estavam reclamando. Isso não era uma coisa “desconhecida” para nós. Mas nós não tínhamos tempo para focar nisso, estávamos trabalhando como loucos então nós estávamos magros como papel no final.”

— LegacyKillaHD

Essa conta também alegou que esse desenvolvedor que estava em contato com ele também falou que os aspectos mais importantes ou técnicos do jogo foram testados internamente, que mais tarde no desenvolvimento, os bugs complexos estavam exigindo um envolvimento profundo com a equipe de desenvolvimento e o papel de controle de qualidade da Quantic Labs era mínimo, com muitos problemas sendo de má gestão da CD Projekt Red.

“Qualquer coisa que entra é examinada por QA interno, produção e desenvolvedores. Não é como se fôssemos idiotas e passássemos horas em bugs obviamente ruins.”

“A gerência não saber [sobre os bugs/problemas] é risível… Eles sabiam, todos sabiam. Eles jogavam o jogo o dia todo, todos os dias.”

— LegacyKillaHD

Mas mesmo com esses problemas, Cyberpunk 2077 conseguiu corrigir os bugs e se tornou um jogo muito indicado e premiado, ele ganhou o The Game Award como Melhor Jogo Contínuo e ganhou o British Academy Games Award como Evolving Game e até hoje está na Steam para download, a história é muito boa e envolvente com um criador de personagens muito completo.

A sequência não saiu tão boa e isso pode ter refletido em outros jogos…

Muitas pessoas já devem ter ouvido falar do Cities: Skylines, ele é um jogo de construção de cidade que foi lançado pela Paradox Interactive em 2015, ele promete que você possa construir a cidade dos seus sonhos, onde você pode planejar ruas, parques, linhas de ônibus e precisa manter essa cidade, ele se tornou muito popular e até hoje tem muitas avaliações positivas, e por isso, a Paradox Interactive decidiu lançar o Cities: Skylines 2, que seria a sequência do primeiro lançado.

Cities: Skylines 2 prometia que você podia construir uma metrópole do zero e que seria o jogo de construção mais realista que foi criado, o problema, é que o jogo não foi tão bom como o primeiro…

As avaliações foram neutras, muitos jogadores falaram que parecia um BETA, relatando problemas de performances e visuais, o jogo fechava sozinho e não precisava nem ter uma cidade grande para isso acontecer, as análises também falavam que o jogo não valia 100 reais como ele custa, o jogo teria problemas de otimização, algumas pessoas até falaram que a sequência teria sido um tiro no próprio pé.

O pior de tudo foi que a Paradox Interactive tentou contornar a situação lançando uma DLC de praia chamada Beach Properties onde traria um pacote de novos assets inspirados em praia, isso permitiria área residencial para prédios costeiros e foi lançado no início de 2024…o que aconteceu? As avaliações foram extremamente negativas!

As pessoas falaram que o pacote custava 40 reais e que a empresa só podia estar de sacanagem, tinha poucos assets, e os que tinham, se repetiam demais, você não conseguia criar praias com aquele pacote, apenas casas, e vinha com quatro palmeiras exclusivas…sim, quatro palmeiras. Outras pessoas também falaram que a DLC era porca, medíocre e uma decepção, aquela não era uma DLC de praia. Após isso, a DLC Beach Properties foi retirada da Loja da Steam.

Acontece que no início de 2023, a Paradox Interactive havia anunciado o jogo Life By You, ele era um simulador de vida real que prometia desbancar o The Sims 4, eles permitiriam modificações no jogo, o jogador podia jogar com seu personagem no trabalho, podia criar os diálogos dos personagens com outros NPCs, o modo construção teria muitas coisas diferentes, e isso levantou o hype da galera que já está há um tempo na espera do Paralives, pois o Life By You prometia que o acesso antecipado aconteceria em Outubro de 2023.

Quando Outubro de 2023 chegou, o acesso antecipado do Life By You não chegou, algumas pessoas me falaram que conseguiram acessar, mas que precisava pagar um valor considerável para obtê-lo, mas eu não encontrei nem mesmo um botão para adquiri-lo.

Após um tempo, começaram a sair algumas pessoas falando que a Paradox Interactive havia adiado várias vezes o acesso antecipado do Life By You, mas a coisa desandou no dia 17 de Junho de 2024, quando o jogo foi oficialmente cancelado pela Paradox.

O texto presente no site oficial da Paradox Interactive fala que foi uma decisão muito difícil que mostrava a falha da empresa em atender as expectativas da comunidade, relataram que adiaram duas vezes anteriormente porque queriam dar a chance ao estúdio e ao jogo de cumprir o potencial que viram, eles haviam visto uma grande melhoria, mas eles não estavam se concentrando no quadro geral.

“Algumas semanas atrás, decidimos adiar o lançamento do Acesso Antecipado para reavaliar Life by You, pois ainda sentíamos que o jogo estava faltando em algumas áreas-chave. Embora uma extensão de tempo fosse uma opção, uma vez que fizemos essa pausa para ter uma visão mais ampla do jogo, ficou claro para nós que o caminho que levava a um lançamento no qual nos sentíamos confiantes era muito longo e incerto. Isso não quer dizer que o jogo não tenha mostrado qualidades promissoras; Life by You tinha vários pontos fortes e o trabalho árduo de uma equipe dedicada que os realizou. No entanto, quando chegamos a um ponto em que acreditamos que mais tempo não nos aproximará o suficiente de uma versão com a qual ficaríamos satisfeitos, acreditamos que é melhor parar. Isso é obviamente difícil e decepcionante para todos que dedicaram seu tempo e entusiasmo a este projeto, especialmente quando nossa decisão chega tão tarde no processo.”

— Paradox Interactive

A história não para por aqui, no dia seguinte a notícia do cancelamento do Life By You, a Paradox Interactive veio novamente a público falar que a Paradox Tectonic, estúdio que estava responsável pelo Life By You, fechou as suas portas.

Esta é uma notícia difícil e drástica para nossos colegas da Tectonic, que trabalharam duro no lançamento do Acesso Antecipado de Life by You. Infelizmente, com o cancelamento de seu único projeto, temos que tomar a difícil decisão de fechar o estúdio. Somos profundamente gratos por seu trabalho árduo na tentativa de levar a Paradox a um novo gênero.

— Paradox Interactive.

Na época, surgiu rumores que o motivo do cancelamento de Life By You teria sido, supostamente, por culpa do fracasso de Cities: Skylines 2, a imprensa teorizou que a empresa estaria com medo de que Life By You não conseguisse entregar o que prometia da mesma forma que a sequência de Cities: Skylines não havia conseguido entregar, e por isso, decidiu cancelar tudo antes do lançamento para evitar que fracassasse, mas depois, a imprensa apagou qualquer coisa relacionada a esses rumores.

Porém, nem tudo foram flores, pois um dos desenvolvedores responsáveis por Life By You colocou a boca no trombone, falando em seu Linkedin que estava muito zangado com a Paradox Interactive e até iniciou um movimento de revolução independente com a hashtag #indierevolution.

Willem Delventhal falou que estava muito chateado porque mais um trabalho dele havia sido cancelado e ele havia sido demitido pela segunda vez em dois anos, deixando claro que seus sentimentos não representavam a Paradox Interactive e nem a Paradox Tectonic, isso era apenas um pensamento dele.

Ele disse que já sabia que o estúdio poderia ser fechado e eles estavam trabalhando duro no Life By You, até onde se manteve, eles estavam indo muito bem, eles tinham uma métrica interna que estavam buscando e havia sido aprovada, eles até haviam excedido os números de forma significativa, também haviam recebido um sinal positivo antes do lançamento, mas duas semanas antes, ele e a equipe haviam sido informados que não haveria lançamento, que todos eles haviam perdido seus empregos, o pior de tudo isso é que eles não receberam um aviso prévio, eles apenas ficaram sabendo através do anúncio público da empresa.

“Não nos disseram o porquê. Em vez disso, passamos um mês no purgatório e fizemos tudo o que podíamos para provar a eles que valia a pena lançar, incluindo coisas como encontrar compradores em potencial ou sugerir cortar laços e virar independente. Não ouvimos praticamente nada de volta.”

— Willem Delventhal

Delventhal falou que tem teorias do porquê isso aconteceu, assim como todas as pessoas que estavam lendo seu desabafo tinham, eles eram uma equipe forte que estavam se preparando para lançar algo forte, falou que estava chateado com a situação, que foi avisado para não escrever nada sobre isso porque podia manchar a sua carreira, mas ele optou por ignorar esses avisos e ainda acrescentou: “Esta indústria se tornou um lugar em que você pode entregar mais do que o esperado, ter dinheiro AA por trás de você e ainda ter o tapete puxado duas semanas antes do lançamento.”.

“Pois é…merdas acontecem…”

Outro jogo que foi cancelado e deu um dos maiores bafafás foi o The Day Before, um jogo produzido pela Fntastic e publicado pela Mythona que foi anunciado em 2021 e que teve seu acesso antecipado liberado em Dezembro de 2023.

Tudo começou com o seu nome, The Day Before teve um problema de marca registrada porque, aparentemente, existe um aplicativo na Play Store que detém a marca registrada de The Day Before, o jogo chegou a ser retirado da Steam por causa de violação dos direitos autorais, eles tentariam mudar o nome para Dayworld, porém esse também detinha uma marca registrada de livros lançados por um autor chamado Philip Jose Farmer em 1985, não se sabe como eles conseguiram se esquivar disso, mas o jogo voltou para a Steam.

Após essa polêmica, o jogo teve um trailer lançado que aumentou o hype do público, a história mostrava um cenário de uma América pós-apocalíptica e aparentava ser de mundo aberto, o que fez o jogo se tornar o mais desejado da Steam, porém, muitas pessoas lançaram suspeitas em cima do trailer, pois parecia ser plagiado de jogos já existentes e populares como Cyberpunk 2077, GTA 5 e Red Dead Redemption 2, inclusive, um canal no Youtube chamado Randomly mostrou que muitas linhas de diálogos no trailer eram as mesmas dos jogos que mencionei anteriormente.

Aparentemente, essa não teria sido a primeira vez que The Day Before teria, supostamente, plagiado outros jogos, o 3DJuegos mostrou um compilado de cópias como a jogabilidade que foi copiada de um trailer de zombies do Call of Duty: Black Ops Cold War, cinco veículos e a capa copiadas de The Last Of Us Part II e até screenshot idêntica a de Tom Clancy’s The Division.

O estouro vem agora, no dia 7 de Dezembro de 2023, The Day Before é lançado para acesso antecipado e a maioria das pessoas que o colocaram na lista de desejos, compraram o jogo para testar, tanto que a SteamDB afirma que o jogo alcançou o pico de 38.104 usuários simultâneos, mas quatro dias depois, o jogo tinha apenas 4.125 usuários, pois o jogo se tornou um dos 10 piores jogos lançados na Steam.

IGN informou que muitos usuários do Reddit comentaram de pedir reembolso para a Fntastic porque o jogo não havia cumprido com o prometido, o jogo recebeu feedbacks extremamente negativos na Steam, os jogadores reclamaram que ele não era um jogo de mundo aberto, não era um MMO de sobrevivência como a desenvolvedora também havia prometido, além dos bugs onde pessoas relatavam ter ido pegar os itens do inimigo caído e quando se aproximava, o inimigo e os itens sumiam, fora quando o personagem do jogador saía do cenário do nada como se tivesse caído em um buraco infinito e a pessoa não conseguia mais voltar a jogar.

Mas calma que piora! Dias depois do lançamento de The Day Before, a Fntastic fecha as suas portas, a empresa declarou falência porque seu jogo mais recente havia fracassado financeiramente e eles não tinham mais dinheiro para manter a empresa ativa, falaram que toda a renda que haviam recebido estava sendo usada para pagar as dívidas com os funcionários e deixaram claro que nenhum dinheiro do público foi recebido por meio de pré-encomendas e de campanhas de financiamento colaborativo, que trabalharam incansavelmente por cinco anos com muito sangue, suor e lágrimas no jogo.

Vocês acham que acaba por aí? Não mesmo! Depois de um tempo, a Mythona, publicadora de The Day Before, veio a público declarar que no dia 22 de Janeiro, após 45 dias de lançamento, o jogo teria seus servidores encerrados, ele seria apagado da existência da internet, ou seja, se tornaria uma lost media, a publicadora comentou que até mesmo os jogadores que ainda não haviam pedido o reembolso seriam reembolsados e que eles estavam trabalhando com a Steam para isso.

Algo que esqueci de mencionar é que no dia 12 de Dezembro, poucos dias depois do lançamento fracassado de The Day Before, um dos desenvolvedores veio a público soltar um “Shit Happens” nas redes sociais.

“Esta foi nossa primeira grande experiência. Merdas acontecem.”

Isso deixou os jogadores muito zangados e essa declaração foi apagada da rede social X, segundo a GamesRadar+, a Fntastic parecia desesperada para cobrir seus rastros, pois vários materiais de marketing e membros-chave da equipe de desenvolvimento sumiram do mapa e o CEO da empresa excluiu a sua conta no X, ele também restringiu a sua conta no Linkedin.

E a cereja do bolo vem dos funcionários que trabalharam na Fntastic, que vieram a público contar tudo que aconteceu nos bastidores, pois os canais de jogos alemães chamados GameStar e Game Two deram voz a esses relatos segundo o IGN.

Os sites alemães mencionaram que conversaram com 16 funcionários que trabalhavam no estúdio, com um voluntário e com sete funcionários da Mythona para descobrir o que aconteceu para o jogo ter sido um desastre, e aparentemente, The Day Before não era para ser aquele jogo que foi apresentado ao público, ele tinha 10 membros de uma equipe de 20 pessoas que foram informados de estarem trabalhando em um jogo secreto de sobrevivência em pequena escala, a estética prometia ser invernal, teria um visual de desenho animado e o jogo seria como um conto.

Nisso, começaram a surgir alterações que exigiam um jogo mais realista e repentinamente, pediram áreas maiores, isso fez grande parte da equipe de desenvolvedores se decepcionarem com as mudanças, porque estavam gostando do plano original e quanto mais o público sabia do jogo, mais a administração da Fntastic começou a correr atrás das tendências do setor.

Mudanças instantâneas coincidiram com outros lançamentos de jogos, já que os desenvolvedores do The Day Before foram instruídos a imitar recursos como o criador de personagens de títulos populares como Baldur’s Gate 3, Grand Theft Auto Online e Hogwarts Legacy. As mudanças foram tão frequentes que houve essencialmente três versões de The Day Before durante seu desenvolvimento, todas completamente diferentes.

— IGN

Os funcionários também expuseram que os prazos irrealistas, as promessas exageradas e as demandas irracionais vinham dos irmãos que eram os fundadores da Fntastic, eles se referiam a todos como “uma grande família”, mas que isso só era verdade até a página dois, era uma estratégia de dar a volta por cima, pois eles pressionavam os funcionários com ameaças de demissão espontâneas como um meio de “motivar” a equipe, inclusive, um dos cinco testadores da equipe foi demitido semanas antes depois que um dos fundadores encontrou um bug.

Erros simples, aparentemente, eram acompanhados de uma multa, houveram casos que erros pequenos foram encontrados no jogo e multas foram aplicadas, como dois funcionários que receberam uma multa de US$ 1.930 dólares por entregar gravações de voz consideradas de baixa qualidade, além de funcionários alegando que não trabalhavam menos de 16 horas por dia, não tinha folga aos Sábados e nem mais nenhum dia de folga, muitos funcionários imploravam HORAS de folga apenas para tomar banho ou poder comer alguma coisa.

Estava destinado a não dar certo…

O jogo mais atual e o último da lista que falaremos é o Concord, ele foi um jogo de shooter em primeira pessoa online lançado pela Sony no dia 18 de Julho de 2024, foi desenvolvido pela Firewalk Studios e lançado para PlayStation 5 e para PC, estava a venda não só na PlayStation Store como também na Steam e na Epic Games, esse jogo demorou oito anos para ser feito e lançado, sim, a galera estava esperando oito anos por esse jogo.

Pela imagem da capa, ele parecia muito bonito, muito interessante, mas isso não safou a empresa da merda que ocorreria em seguida! O jogo se tornou um desastre, demorava mais de oito minutos para encontrar um servidor para começar uma partida e como se isso não bastasse, quando, finalmente, encontravam, o servidor caía, o que dificultava os jogadores de se manterem conectados.

Tudo começou há oito anos atrás quando foi lançada a criação dos primeiros conceitos, Jon Weisnewski, que era desenvolvedor de personagens do jogo, falou no X que estava animado com o lançamento, celebrando o acesso antecipado e falando que nesses oito anos que o jogo estava sendo desenvolvido, ele fez parte por cinco anos e que profissionais muito empenhados estavam fazendo parte desse projeto.

Acontece que o tiro saiu pela culatra, o jogo tem uma pegada estilo Overwatch, que foi lançado em Maio de 2016, isso pode não ter agradado muito o público por não ser algo inovador, afinal, o jogo foi colocado em poucas listas de desejo dos usuários e acabou não causando uma boa primeira impressão, além disso, antes da sua estreia oficial, foi liberada uma versão BETA para usuários de PlayStation 5 e PC, que não trouxeram bons resultados.

O jogo foi oficialmente lançado e os problemas vieram, a conexão com as partidas online eram demoradas e quando conseguiam, o servidor caía impossibilitando as pessoas de jogarem, isso desmotivou o pessoal que abandonou o jogo e acabou que apenas 697 jogadores jogaram no lançamento, e depois, isso baixou para 241 jogadores simultâneos, o jogo vendeu apenas 25 mil cópias.

Por causa disso, no dia 3 de Setembro de 2024, o site oficial da Playstation veio a público anunciar que os servidores do Concord seriam desativados e que as vendas do Concord cessariam imediatamente a partir do dia 6 de Setembro, o diretor do jogo, Ryan Ellis, reconheceu que o lançamento do jogo não foi o que eles esperavam, então nesse momento eles optaram por retirar o jogo do ar e explorar opções, inclusive as que alcançariam melhor os seus jogadores, segundo o site do Jovem Nerd.

“No entanto, embora muitas qualidades da experiência tenham ressoado com os jogadores, também reconhecemos que outros aspectos do jogo e nosso lançamento inicial não chegaram da maneira que pretendíamos. Portanto, neste momento, decidimos colocar o jogo offline a partir de 6 de setembro de 2024 e explorar opções, incluindo aquelas que chegarão melhor aos nossos jogadores.”

— Ryan Ellis.

Alguns usuários que jogaram falaram que Concord era genérico, teve gente que baixou e, logo depois, desinstalou, falando que a mecânica era boa, mas que isso não bastava para o jogo chamar atenção, ele continuava sendo bem genérico, iguais a ele existiam três no mercado que são bons e até de graça, muitos falaram que até mesmo se o jogo fosse relançado como “free to play” ele não se salvaria.

Também foi relatado que na gameplay, os bonecos eram esquisitos, alguns falaram que ficaram tristes pelos desenvolvedores, mas que a Sony merecia uma porrada dessas e, inclusive, foi falado que o marketing para o jogo foi péssimo, que essa bola já estava cantada há tempos, era como se ele tivesse nascido para ser um fracasso desde que foi anunciado.

A verdade é uma só: o Concord quase não foi falado, tanto que a maioria assim como eu só ficou sabendo da existência do jogo por causa da notícia do cancelamento dele, que reverberou mais do que o seu lançamento, o jogo também parece estar dando sinais desde muito tempo que não valeria a pena ser lançado, ele não estava nem em tantas listas de desejos, parece mais que foi lançado para não perderem o dinheiro alto que investiram no jogo, porque realmente o balde já estava chutado há tempos pelo público.

Em todos esses casos, eu sinto pena dos desenvolvedores que investiram tanto tempo e dedicação em um projeto que, por causa do fracasso, pode trazer uma mancha em seus currículos e uma demissão, nós sabemos que esse fracasso vem muito das empresas que prometem algo exorbitante sem saber se aquilo vai ser realizado, e mesmo que não se realize, muitas empresas lançam do jeito que está achando que os jogadores irão aceitar ou que terão paciência para esperar uma atualização de correção, mas a verdade é que esses jogos estão ficando cada vez mais caros, os jogos que compramos nas plataformas digitais não são nossos, temos apenas uma licença para jogar com eles, então pagamos mais de 200 reais para ter uma licença que não impede a plataforma de poder retirar os jogos de nós quando quiser, então não, o público não vai aceitar qualquer coisa bugada.

A CD Projekt Red teve que trabalhar duro para caramba até conseguir reverter a besteira que aconteceu, se bobear estão até hoje corrigindo bug, e eles tiveram muita sorte do jogo não ter fracassado e precisar ser apagado, como foi o caso de The Day Before e Concord. Me pergunto se algum dia, essas empresas vão aprender que o usuário não é trouxa, embora muita gente seja fã de empresa e passe a mão na cabeça deles.



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